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Aos caminhos de Deus vamos todos, terra boa de se caminhar, Deus – conosco, seu nome mais lindo, e os irmãos vamos todos cantar.
(Salmo 85, retirado do Oficio Divino das Comunidades)
Li em algum local, que hoje é o dia internacional do jovem trabalhador, recordei-me das lutas travadas, das bandeiras levantadas, das conquistas, decepções nos movimentos estudantis, sociais, CEB’s, MST, CPT, enfim de toda uma história que ao longo dos anos se fundiu a minha e aos poucos nos tornamos um.
Hoje em dia, leio, vejo, presencio no dia-a-dia as manchas ocasionadas por pessoas más intencionadas, que querem tirar proveito de tudo e de todos, tenho essa impressão principalmente quando olho o lugar onde passei boa parte de minha vida, onde derramei meu sangue, aos poucos se acabar.
Quase 4 anos de minha vida passei na UESA (União dos Estudantes Secundaristas de Alagoas), junto com um grupo de estudantes, conseguimos tirar a entidade das mãos de pessoas que nem eram mais estudantes, ganhamos assim essa barganha na justiça. Levantei com muitos a bandeira do movimento estudantil em Alagoas, e hoje a entidade esta morrendo, há um ano se encontra na mão de uma gestão, que por hora “pensamos” que iriam dar continuidade à história do movimento, é lamentável a realidade.
Brigas travadas no movimento universitário, contra as perseguições cometidas indevidamente aos estudantes, por uma melhor universidade, um melhor ensino.
Vejo nossos jovens, não é dizendo que sou velho ou experiente pois apenas tenho 21 anos, mas estão todos conformados com estas realidades, presos, alienados é a melhor palavra, não consigo entender, com tantas disparidades sociais, injustiças diante dos nossos olhos, estes estejam conformados, que lavagem cerebral é essa.
Pode até ser saudosismo de minha parte, mas vivi uma realidade marcada por ideais, lutas, conquistas, não estou querendo fazer comparações, mas até que nas décadas passadas existiam sonhos, e se queriam uma sociedade justa, marcada pelo respeito, maior exemplo é a “ditadura militar”, “fora Collor” e muitas outras ações que a juventude lutou, até mesmo a conquista deste dia em que comemoramos o dia mundial do jovem trabalhador, foi fruto da inquietação de muitos.
Não me contento, nem me conformo, busco respostas para tais atitudes de muitos dos nossos jovens, tento, tento mais não encontro alternativas, mas acredito que seja necessário uma pedagogia que o envolva e faça-o perceber quão valoroso é ter um senso critico.

Marcas da Juventude que no passado ficou

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Caro Amigo Presidente Fernando Lugo,
Acompanhei as notícias que levaram ao conhecimento público o seu relacionamento com uma mulher e o nascimento de um filho. A mídia brasileira repercutiu seguidamente o fato, fazendo coro, de bom grado, com os membros paraguaios do Partido Colorado, destacando-se o congressista Víctor Bogado, que se arvorou em seu juiz e o apedrejou. Chegou até mim também uma parte da comunicação da Conferência Episcopal do Paraguai pedindo "perdão pelos pecados da Igreja" católica, numa implícita referência a você.
Não posso deixar de me manifestar neste seu caso. Sou impelido a isso pela nossa velha amizade, desde os bons tempos de sua participação nos encontros em São Paulo, no grupo ecumênico e latino americano de bispos. Sou impelido sobretudo pelo que eu conheço da sua trajetória, pelo que eu venho acompanhando e refletindo sobre o grande significado de sua providencial subida à Presidência da República do Paraguai, carregado pelo povo pobre do seu País, tornando esta Nação uma das auspiciosas referências do processo de libertação do nosso Continente.
E minha manifestação, depois ter ponderado com alguns irmãos e irmãs, é em primeiro lugar para dar-lhe os parabéns, fazendo eco à declaração do meu amigo e bispo Mons. Mário Melano Medina, seu compatriota, pelo seu ato de "valentia e sinceridade" ao reconhecer a criança. Uno-me também ao bispo metodista emérito Federico Pagura ao expressar-lhe, também em carta aberta, sua solidariedade: "ante tu decisión de hacer públicas tus relaciones com tu compañera, y tu compromisso de assumir plenamente tu responsabilidad de padre". Continue assim, caro Irmão, coerente com a inspiração evangélica, ao testemunhar, com clarividência e humanidade, o inestimável valor do relacionamento entre o homem e a mulher.
Os bispos paraguaios fizeram um ato público de pedido de perdão. É salutar que a Igreja o faça sempre. É, aliás, o que a liturgia nos propõe todas as vezes que celebramos a Eucaristia. É verdade que não vi o texto completo desta declaração dos bispos, mas pelo discurso que ouvi do Sr. Arcebispo de Assunção no Te Deum" de sua posse como Presidente do Paraguai, receio que este pedido de perdão não se refira às omissões da Igreja com relação aos poderosos da política e ao sofrimento do povo durante os anos de tirania do governo paraguaio.
O risco de uma declaração apressada e ingênua da Igreja é desta declaração se somar com a onda da mídia e com o bloco de forças da elite de oposição que, ficam sempre à espreita de qualquer chance de desestabilização do seu governo, mesmo sob a capa do moralismo mais hipócrita.
Dou-lhe também os parabéns sobretudo porque o vejo disposto a continuar sua caminhada de luta com seu povo e a enfrentar as dificuldades atuais do seu governo, inclusive esta última. Por tudo isso, caro Amigo, receba a minha plena solidariedade
O Senhor Jesus, que apareceu aos discípulos ressuscitado e chagado, esteja ao seu lado, o acompanhe, o ilumine, o faça sempre forte e corajoso diante destas e de outras dificuldades que certamente advirão na sua caminhada a serviço do seu admirável Povo.
Abraço-o com fraterna amizade.
Goiânia, 18 de abril de 2009
Dom Tomás Balduino
Bispo emérito de Goiás
Presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT)
Fonte:

Carta Aberta ao Presidente Fernando Lugo

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Como e por que acreditamos em Jesus Cristo?
O que Ele é para nós e para muitos?
Existem várias formas e maneiras de encontrar o Deus encarnado, o Filho do homem, mas o que mais me deixa encabulado, irritado, nada mais é que a falta de respeito em transformar Jesus em curandeiro, em remédio, em um produto e assim comercializá-lo.
O mais engraçado, é que nas alegrias, nos momentos felizes, não o procuram, para si esta tudo muito bem obrigado, mais quando estão passando por algum problema, esta com alguma dificuldade, enfermidade, é meu Jesus pra lá, meu Jesus para cá, perguntando assim porque o abandonou.
Isso ocorre pelo simples fato de uma má interpretação dos textos bíblicos, principalmente das narrativas evangélicas, onde os autores sagrados expõem as situações com uma ótica voltada para o oriente médio, local onde aconteceu todo o desenrolar da história da salvação, seu contexto político, cultural e social da época.
Não podemos jamais visualizar e querer dar uma ótica ocidental à Bíblia. Jesus foi político, não politiqueiro, não corrupto, ele em momento algum curou, quem curou na verdade foi a fé de quem o procurou, assim nos relata inúmeras passagens bíblicas, citarei para vocês uma delas que esta em Lucas 18, 42 “Veja, a sua fé curou você”.
Agora ele em momento nenhum se conformou, se contentou com o sofrimento do povo, dos filhos e filhas de Deus, não se calou diante dos que oprime e machuca o povo, tendo um ideal de libertação para aqueles que estavam escravizados.
Jesus sabia a todo o momento que não era bem querido no meio onde vivia assim nos relata João 7, 7 “O mundo me odeia, porque eu dou testemunho de que suas ações são más”. Mas nem diante de tudo isso Ele se acovardou, muito pelo contrario, Ele nos deixou um grande legado.
Posso assim assegurar que Jesus Cristo, foi e sempre será um verdadeiro Teólogo da Libertação, que clama ainda hoje por um mundo onde os filhos de Deus, possam gozar de uma vida digna e honesta.
Por isso asseguro, não adianta correr atrás de Jesus, à procura de milagres, se não tiveres fé de nada adiantará, mas busque nele um ideal revolucionário e libertador, ai sim eu garanto.

Meu Jesus não é curandeiro e sim libertador

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O homem é um ser livre.
Mas em que consiste essa liberdade? Liberdade essa que nos priva de nos expressarmos, de falarmos, de querer, enfim a liberdade que dita um modo, uma forma, uma conduta, parece até uma fôrma pronta e que nós somos moldados e fazemos apenas o que os convém.
As constituições dizem, os direitos humanos afirmam, que todo homem tem a liberdade de se comunicar, expressar e de ir e vim. É uma grande verdade, pois gozamos de meios que nos permite, ou melhor, possibilita a cada cidadão ser respeitado, a fazer o quer da vida, “uso o que bem entender” desde que mantenha respeito para com os nossos “representantes”.
É uma verdadeira comédia, só ao pensarmos já somos detidos, eu não duvido nada que daqui a alguns anos os homens sejam controlados por controles remotos, você pode até achar muito radical estas afirmações, pois já se tem experimentos para o homem controlar robôs com o poder da mente, estão testando, ou melhor estão tentando colocar chips no homem para controlar sua identificação, sei não viu...
Outro dia fui questionado em uma palestra que ministrei para universitários assim como eu, estudantes de jornalismo, palestra sobre os blogueiros, suas vantagens, desafios e riscos, me perguntaram se valia à pena criticar, mostrar a realidade, e se eu não temia as represálias? Pergunta boa, respondi-lhes, moramos neste mundo apenas uma vez, logo após morremos, gozamos de alguns “benefícios” por causa de muitos que no passado brigaram, pegaram em armas, lutaram e morreram. Temos hoje a salvação porque Cristo fez revolução, mas quem cutuca onça com vara curta, corre o rico de ganhar um passagem apenas de ida para o cemitério.
Exemplo maior, Jesus Cristos, mexeu no sistema político de sua época, morreu crucificado, logo após ressuscitou, outro exemplo bem simples São Paulo, que foi degolado, se na sua época existisse internet, não conheceríamos as cartas de São Paulo e sim seus emails e quem sabe até o seu blog.
Não podemos, nem devemos ter medo, de defender uma causa, de nos tornarmos humanos, pois se nós estivéssemos no lugar dos que estão à margem da sociedade, gritaríamos para que fossemos vistos, acolhidos para que tivéssemos oportunidades. Por que não vê-los? Ouvi-los? E até mesmo por que não lutar por um mundo mais humano?
As dificuldades são muitas, os desafios são grandes, mas nada é em vão, tudo por uma causa...

Nada é em vão, tudo por uma causa

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Quantos de nós em muitas das vezes não foram interrompidos, censurados, difamados, por causa de uma opinião, de um ponto de vista, por mais igualitário que seja, por mais humano, as pessoas que nos cercam comungam com um sistema podre e infiel, que favorece a uns e exclui a outros.
Pensando na vida humana, no próximo, neste meio em que vivemos, não podia, alias nem posso dormir tranqüilo, enquanto muitos e muitas estão sofrendo, sendo marginalizados, torturados, sem ter onde dormir, do que comer, sem ter onde plantar, sendo vitima das nossas ações corruptas que por menores que sejam, são os verdadeiros motivos das desigualdades sociais.
As drogas estão tomando de conta das nossas juventudes, deixando pais e mães desesperados. E eu ao afirmar que era a favor da legalização das drogas, fui demasiadamente humilhado, queriam assim tirar de mim este pensamento que por hora defendo e levanto bandeira, pois como cristão não posso comungar com este meio, que sinceramente sejamos francos, engorda os cofres públicos, acaba com as famílias, posso até estar sendo muito radical mas não posso brincar de que tudo esta bom e que tudo será resolvido pela policia, cai aqui pra nós, eles também fazem parte desses esquemas.
Ai eu lhe pergunto e o álcool? Você certamente respondera-me que é legal, que todos usam e que até mesmo não faz tanto estragos como as drogas.
Filhinho, ledo engano, o álcool é uma droga e vicia, mata muito mais que as drogas “ilegais”, mas como todos usam besteira, né? Mas será que isso é correto? Será que isso é cristão? Será que eu comungando contra a vida humana estou sendo cidadão?
Estes são alguns caminhos para pensarmos, nos encontraremos outras vezes e discutiremos esses assuntos.

Tentam calar, mais conseguirá?

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[postlink]http://aopcao.blogspot.com/2009/04/eternas-despedidas-ii.html[/postlink]
Sinto como se fosse hoje o choro de minha mãe, soluçando e eu sem ação, atitude paralisado com tal ato, deixando ela a sala de visita e se dirigindo à cozinha para não ver seu filho partir.
Dois meses, exatamente dois meses, às seis horas da manhã, estava eu a despedir-me de meus irmãos, indo em direção ao quarto dos meus pais, para o último encontro, cheiro, abraço no meu sobrinho que até então tinha nove meses, pois sabia que seria o último.
Ao dirigir-me até minha mãe, vendo-a em deleite, um grande aperto invadiu-me e uma pergunta vem em mente ao abraçá-la: se devo ir ou não? Uma coisa é sair de casa e passar alguns dias, semanas ou meses fora, mas com a perspectiva de novamente voltar outra vez, e outra coisa totalmente diferente é ir com a clareza que não voltara a residir e conviver no meio deles e sim agora apenas visitá-los.
Queria muito que aquele longo abraço se pendura-se pela eternidade, pois me senti seguro em seus braços e em mente passou como filme a musica de Zezé de Camargo e Luciano que diz: “No dia em que eu saí de casa minha mãe me disse: filho vem cá! passou a mão em meus cabelos, olhou em meus olhos, começou falar, por onde você for eu sigo com meu pensamento sempre onde estiver em minhas orações eu vou pedir a Deus que ilumine os passos seus...”
Ao dar-lhe o último beijo e ao olhar cada detalhe da casa, do meu quarto, todos os meus familiares, peguei minhas malas e junto com meu pai partir rumo a nova vida, uma vida missionaria, dedicada ao outros e não mais a mim. Olhando para trás, sinto a grande dor de minha mãe e eu a chorar por dentro sem nada dizer.
Assim foi durante toda a viagem, vivendo os últimos instantes com meu pai, que ao meu lado nada dizia, apenas transmitia toda força e confiança para mim seguir os meus caminhos, duas horas dum impetuoso silêncio, lado a lado.
Sentir-se no seminario após o último momento para com Ele, foi que senti a ficha cair, e a dor de desprender-me vem a tona, sem saber o que fazer, busquei forças na oração.
Hoje há dois meses, estou aqui a lembrar destes acontecimentos, não pense você leitor que esta sendo facil para mim lhes relatar isso, mais gostaria assim em meios as lagrimas, compartilhar um pouco das minhas saudades, já que “a plataforma dessa estação, é a vida desse meu lugar...” (Milton Nascimento).
Saudades, eita saudades, saudades vem e quer ficar, quer morar aqui dentro de mim e assim se estalar, posso te sentir, já sei vou deixar você ficar.

Eternas despedidas II